O Norte está em crise! Crise Social, Crise Económica e Crise na
Qualidade de Vida.
A Região Norte tem 1/3 da população do País, (3.580.000 Hab.) mas tem cerca de metade dos desempregados com tendência para aumentar.
Há concelhos deprimidos onde o desemprego se aproxima dos 15% e o
Governo está a dificultar o acesso ao subsídio.
O poder de compra na Região Norte já é cerca de 42% inferior ao da
Região de Lisboa.
A qualidade de vida e os Serviços Sociais Públicos são muito inferiores, basta verificarmos que na Região de Lisboa existem 41 Médicos e 45 camas Hospitalares por 10.000 Hab., enquanto no Norte são 26 Médicos e 33 camas para os mesmos Habitantes.
Onde estão localizados os empregos mais bem remunerados do Estado e das grandes empresas?
Não é no Norte, embora algumas cá tenham a sua principal actividade como é o caso das Hidroeléctricas e de alguns bancos, que até já cá tiveram as suas sedes executivas.
Que futuro temos para os nossos Jovens? Muito negro!
E porque será que esta difícil situação existe?
Será porque os Trabalhadores da região são menos produtivos? Claro que não é! Basta ver o seu sucesso em outros países.
Será porque os empresários são menos empreendedores e inovadores que os das outras regiões?
Também pensamos que não!
Será porque a Região é pobre em recursos?
Se pensarmos nos recursos Hidroeléctricos, nas pequenas indústrias, nas exportações Vinícolas e na juventude da população, temos que concluir que também não é por isso.
Se aprofundarmos a procura de explicações, temos que concluir que as mais valias da riqueza gerada pelos recursos e impostos locais são destinados a sustentar a estrutura do Estado e seus dependentes, em vez de aplicados em infra-estruturas geradoras de emprego e de bem estar, nas regiões com populações mais carenciadas.
Dizem-nos que as célebres “SCUTS” que estamos a pagar, são para favorecer as regiões menos desenvolvidas, mas constata-se que afinal Lisboa e Vale do Tejo, que já é considerada uma região favorecida por ter um rendimento per capita superior à média da U.E., fica com 40% desses benefícios.
A situação social na região é grave, principalmente para quem sente na pele as suas consequências.
A propaganda não resolve os nossos problemas.
Perante este quadro que fazer?
Vamos deixar-nos continuar a ser uma região de emigrantes, e empurrar os nossos Jovens, que muito nos custaram a formar, para o estrangeiro produzir riqueza para os outros países?
Sabemos que as remessas dos emigrantes dão muito jeito ao equilíbrio da balança de pagamentos, e até nisso a região Norte é forte, mas não é isso que queremos!
E que soluções?
(continua na próxima edição…)
Flavius II