Depois do Ministro da Economia ter decretado o “fim da crise”, o Orçamento do Estado 2007 veio dizer aos portugueses que a crise continua, que as políticas de austeridade vão prosseguir e que as condições de vida das pessoas e das famílias vão agravar-se.
Sem prejuízo de uma apreciação mais detalhada ao documento, ressaltam desde já três situações que não podem deixar de nos preocupar:
- O crescimento de 1,8% previsto para o próximo ano fica aquém da média europeia, o que significa que Portugal continua a atrasar-se face aos seus parceiros comunitários e, com crescimento tão baixo, o desemprego vai fatalmente continuar a subir, independentemente dos números martelados pelo Governo através dos institutos que tutela.
A redução do investimento produtivo público, a descida das exportações face ao ano corrente e a ausência de uma linha clara de incentivo à economia real do País, são traços que marcam e fragilizam este Orçamento e vão condicionar negativamente o relançamento da economia nacional.
- Os impostos vão continuar a subir, uns mais às claras e outros menos notórios, mas a carga fiscal vai castigar uma vez mais a generalidade das pessoas e das empresas. Por outro lado, as despesas do Estado aumentam em relação ao ano anterior, o que leva o Estado a engordar à custa de mais impostos.
O despudor do Governo em agravar os impostos aos próprios deficientes e pensionistas, revela bem a sua insensibilidade social e a sua fúria em ir buscar dinheiro a qualquer sítio, sobretudo àqueles que vivem dos seus salários ou prestações sociais e que, por isso mesmo, não podem fugir ao controlo da máquina fiscal.
Não há memória de uma governação tão neo-liberal e distante dos problemas concretos que se colocam às micro, às pequenas e médias empresas, bem como às famílias, como este governo socialista do Eng. Sócrates.
- O co-financiamento da saúde, com acesso às taxas moderadoras, mesmo nos internamentos hospitalares, e à introdução de mais um imposto sobre os beneficiários da ADSE, representa mais um passo para dificultar a assistência médica aos portugueses, independentemente da sua condição económico-social.
Os Portugueses manifestam o seu desapontamento pelo OE 2007 e confiam que as forças da oposição, em especial o PSD, saibam interpretar os seus efeitos na economia e na vida dos portugueses.
Os Portugueses esperam, por isso, que o PSD rejeite esta proposta de Orçamento, porque não é bom para animar o relançamento económico nem para melhorar as condições de vida das famílias.
Flavius II